Tu poema...


Avisaram-me e bem
sobre os homens e os poemas

E é verdade 
que há os homens 
que se d/escrevem em poemas 
Mas há ainda os homens-raros
que os são

As comparações são difíceis
são duras até cruéis e são 
claro, sempre injustas
Deturpam e reduzem o passado 
sobrestimam e fantasiam o agora

Mas são o que são 
e sejamos sinceros
são inevitáveis

Tu não pareces
És
Não te constróis num poema
És.. e o poema existe

Como ao poema só quem te lê 
te sente e te vive
Porque o que és não é o que envergas
É o que sentes
É o que ages

Nada disso se pode ver
E que bom que assim é...
Porque ninguém tão denso 
pode parecer o isso que é

Tal seria inconcebível inviável 
A antagonia do subtil 
do singelo e da humildade
A antagonia de ti

Há os homens que se criam em poemas
Neles se escondem neles de mascaram
Neles se vendem
Há os outros - existes tu -
que os inspiram e expiram

Como tu
com a mesma naturalidade 
com que és 
respiras

Assim és tu 
poema
e eu 
felizarda 
vivo nele

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