Mais meia insónia e uma janela
Tenho uma vida cheia
sem espaço para tempos vazios
Amigos que me preenchem
Companhia para as horas que não quero solitárias
O trabalho, o meu é desses que nunca acaba...
Há medida que as luzes se apagam
e os movimentos se aquietam
aumentam, ruidosos, os pensamentos
sem tempo nem espaço neste quotidiano
Também estes me ocupam e me enchem
Companhia para as horas que não quero solitárias
O trabalho, o meu é desses que nunca acaba...
Há medida que as luzes se apagam
e os movimentos se aquietam
aumentam, ruidosos, os pensamentos
sem tempo nem espaço neste quotidiano
Também estes me ocupam e me enchem
Para estes não há interlocutor
Para eles não há continente
Disso dei-me agora conta
Há em mim matéria que mais ninguém contém
Disso dei-me agora conta
Há em mim matéria que mais ninguém contém
que mais ninguém suporta
E é aqui que me sinto só
Uma solidão tolerável
mas que me pode alienar
Sinto-me etérea como um espectro
inabada, mais do que incompleta
Por isso os meus dias nunca acabam
Por isso, apenas metade de mim dorme
e tenho meias-insónias
É uma história que não termina
Porque sem fim não há começo
Tenho pensado sobre o tempo...
Ocorreu-me que o tempo continua, sem cessar
Já o timing, esse ou se agarra ou se perde
Insistimos em abrir portas para as quais perdemos as chaves
Insistimos e ignoramos as janelas
...
Amanhã é outro dia
E um dia será outro o quotidiano
Durante este tempo
que a luz passe é o que importa
E que assim nasça cada manhã...
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