Meia insónia, facebook e passagens ao acto

Tenho mil pensamentos por minuto. Às vezes acontece-me... já não é a primeira vez. Na última semana elaborei reflexões sobre o que fui colhendo ao vaguear pelos murais do facebook: a Alytia Keys que deixou de usar maquiagem e revelou as suas sardas e caracóis ao mundo; a adolescente chinesa que escondeu, nos arbustos mais próximos, um@ filh@ que acabara de dar à luz, por medo e vergonha... Penso no que ouvi a um amigo jornalista que fotógrafa suicídios, homicídios e outras macabras desgraças "alheias"... no tinder e outros catálogos da "intimidade" em que se liquidificam o que sobra do amor... no/s NÓs/es Entre Iguais e no R. que ontem criou uma página de facebook para dar voz aos seus companheiros sem-abrigo do porto... 

Li no outro dia que "@ criativo é a criança que sobrevive". Esta frase pode ser lida por vários "sentidos". Hoje leio-a pelo sentido da intensidade, que só a experiência, e o desconforto que quando é verdadeiramente vivida, traz (sofrimento incluso). Não escolheria ser menos criativa, ou menos sensível, ou menos activista, ou menos crítica... Não escolheria ser menos estranha ou mais consensual, ainda que tal significasse menos sofrimento.

Hoje durmo meias noites porque tenho meias insónias... Já as tive inteiras. E penso nos amores que se perdem contra um consumismo que se estendeu às relações e aos desacfetos. Nas barreiras e desigualdades que se erguem pelas (ego)defesas impostas pela competição tecnocrata e pelo elitismo financeiro. Nas verdades de que se fazem sujos segredos e nas mentiras que se maquilham de pós-modernas e de progresso. 

Tenho meias insónias e... (não/sem) passagens ao acto... Sou humana... 
O sofrimento... que me chegue o tempo para o gastar...

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